Categoria Música

Exposição com lançamento de livro em São Paulo!

Alô galera que gosta de arte, música e humor…Em dezembro, vai rolar na 9aArte Galeria a exposição PARADAS MUSICAIS E OUTRAS PARADAS. E o locutor que vos fala estará lá no dia da abertura, sábado 3 de dezembro, de 15:30h até as 20h, para lançar o livro Paradas Musicais, da Mórula Editorial.

A 9aArte Galeria abre às 14h. O endereço é : Rua Augusta, 1371, loja 113, dentro da Galeria Ouro Velho. E o apoio é da cerveja Beck’s.

A gente se vê lá.

 

 

 

 

 

 

A Banda do Capitão Pimenta

De repente, ele teve uma epifania, um insight e uma sacada, tudo ao mesmo tempo: percebeu que não tinha nascido para ser presidente e teve a nítida sensação de não saber o que estava fazendo ali. Viu que tinha que mudar os rumos do seu destino. Naquele momento, sentiu vontade de jogar tudo para o alto, formar uma banda de rock e cair na estrada.

Chamou os filhos e os colaboradores mais próximos e começou a fazer planos. A princípio, todos ficaram um pouco perplexos com a decisão, mas ele tranquilizou a galera: “Sei que vocês não cantam nem tocam porra nenhuma, mas para fazer rock bastam três acordes e uma atitude. E Deus está do nosso lado!”.

Depois de um primeiro momento de indecisão, o grupo concluiu que daria tempo de ensaiar um repertório para participar do próximo Rock in Rio. O fato de o line-up do festival já estar fechado não seria um problema. Eles poderiam pedir para alguns amigos eliminarem discretamente uma ou duas bandas menos conhecidas, para abrir espaço na programação. O mais urgente agora era bolar um nome para a banda e traçar uma estratégia de marketing bem agressiva.

Como sempre, as discussões do grupo foram muito acaloradas, mas surgiram várias boas ideias para o nome da banda. O mais óbvio, A Banda do Capitão Pimenta, foi logo deixado de lado. Outros nomes bem cotados foram Pathetic Monkeys, Guns N’ Roses N’ More Guns, The Milice, Os Paramilitares do Sucesso, Ideological Bias, Terraplanistas, Keiroz Abelha e os Laranjas Selvagens, Leftist Nazis e Ustra-Death.

Agora a coisa vai.

 

* Texto publicado na Folha de São Paulo em 2019, e depois incluído no livro PARADAS MUSICAIS.

Existencialista desde criancinha

No último fim de semana fui convidado mais uma vez a participar de uma reunião da AALCRF, Associação dos Amigos e Leitores da Coluna do Reinaldo Figueiredo. Os membros da AALCRF, que adoram siglas e acrônimos, estavam animados com a próxima Flip, Festa Literária Internacional de Paraty, e queriam saber quais eram as minhas relações com a literatura.

Expliquei que, felizmente, desde a mais tenra infância, fui exposto às grandes obras da literatura mundial. Em casa, tinha à minha disposição uma vasta biblioteca e, além das obras de Monteiro Lobato, que toda criança lia, eu tinha outros livros favoritos. Um deles era “A Náusea”, de Jean Paul Sartre. Gostava tanto do livro que, no carnaval de 1955, pedi à minha mãe uma fantasia de existencialista, como se pode ver nesta foto, feita pelo meu pai. Em outros anos, já tinha saído de índio, cowboy ou pirata, mas aquele foi o meu melhor carnaval. Eu estava me sentindo o próprio Jean Paul Sartre. E para completar, meus pais me ensinaram a cantar a marchinha existencialista “Chiquita Bacana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, aquela que diz: “Chiquita bacana lá da Martinica, se veste com uma casca de banana nanica. Não usa vestido, não usa calção, inverno pra ela é pleno verão. Existencialista com toda a razão, só faz o que manda o seu coração”. Lembrei que fiz o maior sucesso numa reunião de amigos e parentes lá em casa. Meus pais pediram que eu cantasse a marchinha de carnaval e depois recitasse um trechinho de “A Náusea”, que eu sabia de cor. O trecho era este: “E era verdade, sempre tinha percebido isso: eu não tinha o direito de existir. Eu apareci por acaso, eu existia como uma pedra, uma planta, um micróbio…”. Aplausos gerais e comentários do tipo “Que fofo!”.

Os membros da AALCRF ficaram satisfeitos com a minha explanação e as minhas lembranças, mas tinham só mais uma pergunta. Queriam saber qual era o meu gênero literário preferido. Respondi que, atualmente, estou me interessando muito pela autoficção.

*Texto publicado na Folha de S. Paulo em 2017.

 

Paradas Musicais – a trilha sonora do livro

Agora você já pode acompanhar a leitura do livro PARADAS MUSICAIS ouvindo uma trilha sonora com quase todas as músicas e artistas citados no “álbum”. É só entrar nessa playlist no Spotify : “Paradas Musicais – a trilha sonora do livro”. Só preciso explicar que lista começa com uma referência ao desenho da página 5, sobre o temível solo de contrabaixo. É uma faixa com três contrabaixistas (Ray Brown, Christian McBride e John Clayton) acompanhados de um baterista. E daí é só seguir em frente, com os sons aparecendo na ordem de entrada em cena…Mas, atenção: esta não é uma playlist para ser usada como música de fundo, tipo “música para malhar”, “música para jantar”, etc. Esta lista são as notas de rodapé sonoras para acompanhar os desenhos, quadrinhos e textos do livro. Boa sorte, bons sons e aquele abraço. Olha aí o link:

Armando Anthony Corea, o Chick

O som de Chick Corea apareceu muitas vezes no programa A VOLTA AO JAZZ EM 80 MUNDOS…O piano e as composições de Chick Corea estão nos episódios: Está Tudo Conectado, Pra Lá de La La Land, A Arte do Encontro, Outras Vozes, Uma Parada no Brasil (aquele, o Victor Assis) e O Jazz Que Veio dos Livros…Ele não está mais neste planeta, mas a sua música vai ficar para sempre…

Pequena história da CEJ

Na foto de Aloizio Jordão, a Companhia Estadual de Jazz levando um som no Triboz, famosa casa de jazz na off-Lapa, Rio de Janeiro.

A Companhia Estadual de Jazz (CEJ) existe desde 1998. O grupo começou tocando uma vez por semana, durante três anos seguidos, num bar do Rio de Janeiro chamado Satchmo (o apelido do Louis Armstrong). No primeiro CD da CEJ, lançado em 2000, a formação era: Sergio Fayne no piano, Chico Pessanha na bateria, Guilherme Vianna no sax tenor e flauta, André Barion na guitarra e eu no baixo elétrico. E contamos com as participações especiais de Guilherme Dias Gomes no trompete, Jean-Pierre Zanella no sax soprano, Guta Menezes na harmônica e Leo Leobons na percussão.

No segundo CD, chamado Via Bahia, lançado em 2007, a formação era um pouco diferente: a guitarra era do Fernando Clark, e eu atacava no contrabaixo. (Incentivado por Paulinho Albuquerque, eu já tinha me aventurado a encarar o contrabaixo, também chamado “baixo de pau”, ou “maria gorda”, ou “violino de elefante”, ou também, o apelido mais curioso, “dog house”).

Este segundo CD teve participações especiais de Gabriel Grossi na harmônica, Paulinho Trompete no trompete e no trombone, Jean-Pierre Zanella no sax soprano e Don Chacal na percussão. No encarte, contamos com as imagens baianas do fotógrafo Paulo Santos.

Nesses anos todos, a CEJ seguiu tocando nos bares da vida. Mas também em centros culturais e eventos muito especiais, como o Festival Internacional de Jazz de Montréal, no Canadá, em 2000 e 2009.

Tempos depois, o grupo virou um quarteto, só com Sergio Fayne, Fernando Clark, Chico Pessanha e eu. Infelizmente, por causa de um câncer, desde março de 2020 Sergio Fayne não está mais neste planeta para tocar aquele samba-jazz que ele tanto gostava. Mas, para homenagear o Sergio e manter viva a sua lembrança, a CEJ vai seguir em frente, e já conta com o apoio do jovem pianista Natan Gomes.

Estamos aí, esperando o mundo voltar ao normal. Enquanto isso, vocês podem ouvir o som da CEJ em todas as plataformas digitais.

E também podem clicar na nova seção “Tudo sobre a CEJ” (ou no menu CEJ) para ficar sabendo do passado, do presente e do futuro da Companhia Estadual de Jazz.