A utilização da Inteligência Natural no modo “deixa solto”
Vou explicar aqui como é o processo de elaboração de um desenho gerado por IN, Inteligência Natural. O desenho foi feito durante uma reunião, com lápis, numa folha de papel A4 que estava na mesa. No caso, não houve “prompt”. A coisa foi sendo rabiscada aos poucos, no modo “piloto automático”, meio sem pensar, e não tinha nada a ver com o assunto da reunião. A primeira coisa que risquei foi aquela espiral que está no alto da folha, e que um pouco depois se transformou num quepe de militar. Em seguida, rabisquei a cara do sujeito e o corpo, vestindo um uniforme todo engalanado, cheio de enfeites, que sempre são bons de desenhar. Enquanto esses rabiscos iam acontecendo, eu continuava a participar da reunião. A figura do militar ficou ali sozinha mas, depois de um tempo, me deu vontade de desenhar outro personagem para participar da cena e preencher o espaço vazio no papel. Então apareceu a figura de um velho hippie, com o punho fechado, em sinal de protesto. Mais uma vez, o desenho foi deixado de lado durante um tempo. E aí, de repente, do nada, apareceu na minha cabeça a imagem de uma cenoura sendo usada como punhal. Só tive que encaixar a cenoura no punho fechado do velho hippie. Aí “aconteceu a mágica”, como dizem os palestrantes especializados em criatividade…A imagem finalizada se tornou um retrato tragicômico dos embates entre o pacifismo e a boçalidade militarista. Nada disso foi pensado naquela hora, mas é claro que, no fundo, eu sou esse cara que empunha a cenoura.
*Isso foi publicado no zine digital TREVOUS. http://trevo.us
Enquanto isso, no futuro…
Uma alarmante série distópica, em 26 episódios, já está lá na revista Piauí de abril.
O link está aqui:
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/cartuns-de-reinaldo-figueiredo-7/
É sempre bom lembrar…
Influenciadores influenciarão
Quando você está lá no meio do Centrão, todo cuidado é pouco…
Variação sobre um tema de Hieronymus Bosch.
A primeira aula de tiro a gente nunca esquece
O doutor Darth Vader dos Santos e o pastor Herodes da Silveira estavam exultantes naquela manhã. Eles iriam levar os netinhos para a primeira aula de tiro. Vários colegas do PMPC (Partido Macho pra Caralho) tinham recomendado a escola Espingardinha Feliz como um estabelecimento altamente capacitado para a educação de jovens atiradores.
Diego, o netinho do doutor Darth Vader, tinha cinco anos, e Camila, a neta do Pastor Herodes, tinha quatro.
As crianças estavam na idade ideal para começar a atirar. Aprender tiro é como aprender línguas: quanto mais cedo, melhor. Mas os colegas de partido ainda não tinham dado nenhuma dica de cursos de inglês, francês ou espanhol.
Quando chegaram na escola, foram recebidos pelo diretor, o doutor Temístocles Fonseca, um senhor idoso, militar expulso das Forças Armadas, que na juventude tinha prestado serviços de consultoria para o Esquadrão da Morte, no Rio de Janeiro. O Doutor Temístocles foi logo tranquilizando os vovôs, dizendo que a escola não usava o método Paulo Freire. Ali ele adotava o método Brilhante Ustra.
Com muita paciência, o professor Temístocles explicou tudo sobre as partes do revólver e disse que, se eles apertassem aquele negocinho que se chamava gatilho, as balinhas sairiam por aquele cano. Naquele momento, os dois vovôs estavam muito empolgados, lendo nos seus celulares algumas mensagens nas redes sociais esculachando aquele general cadeirante. O professor Temístocles também se interessou e foi dar uma olhada no seu celular. Aí só deu tempo de ouvir o Dieguinho falar com a Camila: “Olha que legal! É por aqui que saem as balinhas!”. Quando o professor tirou os olhos do celular para ver o que acontecia, as duas crianças já estavam com os canos dos revólveres na boca. Depois dos disparos, pedaços dos pequenos crânios e miolos se espatifaram nas paredes do estande de tiro.
*Texto publicado na Folha de S.Paulo em 2019.
10 anos de 80 mundos do jazz
O jazz é o som da surpresa. Nos 80 mundos do jazz as coisas são imprevisíveis. Tudo pode acontecer, inclusive isto: o programa A Volta ao Jazz em 80 Mundos já está completando 10 anos…E isto aqui é um vídeo pra comemorar a data… (1) Reinaldo Figueiredo sobre A Volta ao Jazz em 80 Mundos – YouTube
Nova série: 8 Bilhões de Terráqueos
Está lá, na revista Piauí de janeiro, este novo seriado com 24 episódios…E um graaaaannde elenco!
Exposição com lançamento de livro em São Paulo!
Alô galera que gosta de arte, música e humor…Em dezembro, vai rolar na 9aArte Galeria a exposição PARADAS MUSICAIS E OUTRAS PARADAS. E o locutor que vos fala estará lá no dia da abertura, sábado 3 de dezembro, de 15:30h até as 20h, para lançar o livro Paradas Musicais, da Mórula Editorial.
A 9aArte Galeria abre às 14h. O endereço é : Rua Augusta, 1371, loja 113, dentro da Galeria Ouro Velho. E o apoio é da cerveja Beck’s.
A gente se vê lá.